Burnout: o que é e por que os profissionais precisam conhecer os sinais da síndrome?
Os profissionais batalham para ter destaque na carreira, por isso, muitas vezes, precisam lidar com sobrecarga de trabalho e muita pressão no ambiente corporativo, o que leva ao desgaste emocional, exaustão física e cognitiva. São pessoas que sofrem com a síndrome de burnout.
Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) apontou que o problema é mais comum do que se imagina, pois atinge um a cada cinco brasileiros, e que a maior parte dessas pessoas têm menos de 30 anos. Por isso, é um quadro que exige atenção das empresas, sistemas de saúde e uma autopercepção do próprio profissional, que precisa aprender a reconhecer os primeiros sinais do burnout.
O que é Burnout?
A síndrome de burnout é um distúrbio psíquico caracterizado pelo esgotamento mental e físico decorrente do excesso de trabalho. São situações em que a pessoa está abalada emocionalmente e chega à exaustão devido a carga de preocupações, responsabilidades ou outros fatores no dia a dia profissional.
Assim, é um quadro de esgotamento profissional, condição que pode ser mais comum em algumas carreiras, como a de médicos, policiais, bombeiros, enfermeiros e professores, mas que pode acometer qualquer profissional.
O Burnout pode ser causado por diferentes fatores, como:
- Ritmo acelerado do trabalho;
- Autocobrança para tentar sempre se superar;
- Alta competitividade no mercado de trabalho;
- Falta de estrutura da empresa ou de condições adequadas para trabalhar;
- Problemas de relacionamento com a equipe;
- Más lideranças;
- Falta de reconhecimento;
- Prazos apertados;
- Metas muito difíceis de cumprir;
- Falta de respeito no ambiente organizacional;
- Dupla jornada, como no caso das mulheres que precisam trabalhar e cuidar dos filhos;
- Múltiplos trabalhos, como profissionais liberais, freelancers ou empreendedores.
A síndrome de burnout passou a ser reconhecida como um problema de saúde pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o que indica que este problema está afetando a vida de muitas pessoas e que merece atenção.
Quais os riscos dessa síndrome?
É comum ficarmos aborrecidos, ansiosos ou nervosos com situações pontuais de trabalho, mas, quando estamos falando na síndrome de burnout, estamos nos referindo a um indivíduo que chegou em um ponto crítico de esgotamento, o que traz prejuízos para sua saúde física e/ou mental.
Neste momento, a pessoa atinge um estado que pode levar à baixa produtividade, dificuldade de concentração, desânimo, isolamento dos colegas, ausências e afastamentos do trabalho, o que prejudica a vida pessoal e profissional, gerando outras consequências.
Isso tudo porque, além do estresse crônico, o quadro de burnout pode desencadear depressão, ou seja, trata-se de um distúrbio que necessita de tratamento médico.
Como identificar a síndrome de burnout?
Por conta das consequências da síndrome de burnout, é importante que os profissionais tenham atenção a alguns sintomas que podem indicar o distúrbio psíquico, como:
- Mudanças de humor;
- Ansiedade;
- Irritação;
- Nervosismo;
- Dor de cabeça;
- Cansaço constante;
- Falta de motivação;
- Dificuldade de memória e concentração;
- Pessimismo;
- Desesperança;
- Insônia;
- Baixa autoestima;
- Hipertensão;
- Dores musculares;
- Alteração nos batimentos cardíacos.
São sintomas físicos e mentais, que podem começar de forma leve, mas já indicar que o profissional está com a síndrome de burnout. Por isso, são sinais que não devem ser ignorados quando passam a ter uma duração longa.
Da mesma forma, é importante observar quando vários destes sintomas aparecem em conjunto, reforçando o quadro de esgotamento.
É importante ainda que os indivíduos que se sintam exaustos fisicamente e mentalmente deem atenção à opinião de pessoas próximas, que podem apontar uma irritabilidade constante e pessimismo, por exemplo.
Dessa forma, o burnout é um fenômeno ocupacional e serve de alerta para o autocuidado, ou seja, para a necessidade de as pessoas se policiarem para não entrarem em um ritmo muito intenso de trabalho.
Saber desse risco é essencial também para identificar aspectos ruins no ambiente profissional, seja no relacionamento interpessoal, seja em relação às condições de trabalho, e o impacto disso na saúde. O que pode levar à pergunta: será que vale a pena continuar nesse emprego que pode me adoecer?
Como já foi dito anteriormente no texto, o autoconhecimento é essencial nos momentos de avaliação da rotina. O profissional deve pensar: Será que estou acumulando mais tarefas do que dou conta de resolver no dia ou na semana? Estou reservando um tempo para conversar com familiares e amigos? Tiro férias e consigo me desligar do trabalho?
Estas e outras questões podem ajudar quando paramos para refletir sobre nossas ações e, caso necessário, mudar aos poucos as atitudes para melhorar o bem-estar.
Qual é o tratamento para esse distúrbio?
Quando o indivíduo suspeita de estar sofrendo com o burnout, a primeira atitude é procurar atendimento com um psiquiatra para entender se o conjunto de sintomas é referente ao distúrbio.
Caso seja feito o diagnóstico, é importante seguir o tratamento com medicamentos e com sessões de psicoterapia, além de se afastar das atividades profissionais com a licença médica. Depois, ao voltar para o trabalho, é necessário fazer ajustes na rotina e na carga de trabalho. Se isso não for possível, o ideal é buscar novos rumos na carreira para encontrar uma empresa onde possa trabalhar com qualidade de vida.
É importante ainda que ele também tenha uma mudança de hábitos, como se exercitar regularmente, adotar uma alimentação saudável, dormir bem e priorizar os momentos de descanso e lazer. Com um novo estilo de vida, o profissional passa a se sentir melhor e pode até prevenir possíveis situações de estresse no trabalho, ou seja, gatilhos que podem desencadear o burnout.
É necessário que a síndrome de burnout seja cada vez mais estudada, conhecida pelas pessoas e ganhe destaque na mídia. Dessa maneira, as empresas passam a ter a preocupação de oferecer um ambiente saudável para seus colaboradores e ficarão mais preparadas para ajudar e acolher caso alguém venha a sofrer com o distúrbio.