Montar equipes com profissionais de faixas etárias diferentes, essa é a definição de diversidade geracional. E as empresas que querem aumentar a produtividade e inovar no mercado devem apostar nessa ideia.
A longevidade no Brasil aumentou significativamente nas últimas décadas; desde 1940, houve um aumento de 31,1 anos na expectativa de vida da população brasileira — sendo que, em 2020, a das mulheres superou os 80 anos.
Nesse cenário, ter 50 ou 60 anos não é mais sinônimo de ter uma vida longe do trabalho. Pelo contrário, há muitas pessoas nesse grupo com bastante motivação para continuar ou se reinserir no mercado.
Apesar de essas gerações terem muito a contribuir para as organizações, ainda há muito preconceito e também falta de costume de contratar pessoas mais maduras.
Neste post, vamos mostrar o que é diversidade geracional, as vantagens para as empresas e como ampliar a pluralidade de perfis no ambiente organizacional. Acompanhe!
O que é diversidade geracional?
Diversidade geracional é a reunião e convivência de profissionais de diferentes faixas etárias nas organizações. Dessa maneira, é uma postura de empresas que priorizam um mix de perfis em seus quadros, abrindo oportunidades no mercado sem que a data de nascimento seja um impeditivo para a contratação.
É, assim, um compromisso social das empresas, que passam a incluir pessoas independentemente da idade. Aliás, além de unir gerações diferentes, é preciso ter abertura para contratar profissionais de qualquer cor, raça, religião, gênero ou orientação sexual.
No caso específico da diversidade geracional, é a possibilidade de unir, no mesmo ambiente organizacional, as seguintes gerações:
Baby boomers
Geração que nasceu entre meados das décadas de 1940 e meados de 1960. Dessa forma, vivenciou momentos marcantes, como a ditadura militar, a luta pela democracia, o surgimento da televisão, entre outros.
São pessoas que enxergam o trabalho como algo essencial em suas vidas, lidam bem com hierarquias e consideram ter sucesso na carreira o fato de ficar bastante tempo na mesma empresa.
Geração X
É a geração que nasceu entre meados da década de 1960 e 1980. Além disso, vivenciaram um novo modelo de família, no qual havia a possibilidade de a mulher trabalhar. Essas pessoas cresceram acostumadas com a televisão e viram surgir novos equipamentos, como o computador e videogames.
Elas também se dedicam ao trabalho e valorizam ter um bom tempo de empresa, buscando alcançar a estabilidade. Além disso, a geração X entende a importância das habilidades pessoais (soft skills) para o crescimento profissional.
Geração Y
Já quem nasceu entre 1980 e meados dos anos de 1990 recebe a denominação de millennial. Essa geração é formada por pessoas que começaram a ver a presença da tecnologia no ambiente de trabalho e, assim, sabem que precisam buscar conhecimento para lidar com essas inovações.
A geração Y consegue realizar várias tarefas ao mesmo tempo, tem uma postura mais flexível e almeja a satisfação com o trabalho. Assim, muda facilmente de empresa, se necessário, desde que o local corresponda aos seus valores e visão de mundo.
Geração Z
Por fim, entra ainda na diversidade geracional as pessoas nascidas entre meados das décadas de 1990 e 2010, que já cresceram com as tecnologias, como computadores, celulares e internet.
É uma geração mais imediatista e que busca ter qualidade de vida, então não aceita um emprego que atrapalhe sua rotina pessoal. Pessoas nascidas nesses anos geralmente se adaptam melhor a horários mais flexíveis e ao home office.
Por que contratar profissionais de gerações diferentes?
É comum que as empresas prefiram pessoas mais jovens, que acompanhem as novas tecnologias para que possam agregar valor aos projetos. Contudo, ter o foco na diversidade geracional para compor as equipes pode trazer uma série de vantagens para a organização, como:
- aprendizado constante — a troca de conhecimentos e ideias entre quem nasceu em épocas diferentes é um dos grandes benefícios dessa convivência;
- possibilidade de inovar — ter pontos de vista, bagagem cultural, percepções da realidade e vivências diferentes é um aspecto que estimula as equipes a pensarem em soluções inovadoras;
- crescimento no mercado — com um time formado por pessoas de faixas etárias variadas é possível desenvolver produtos e serviços que atendam a públicos de diferentes idades. Isso porque você conta com pessoas que se identificam com esses grupos de clientes e têm a sensibilidade para entender melhor o que estão buscando;
- mais motivação no ambiente organizacional — conviver e trabalhar com profissionais que tenham perfis e experiências plurais pode servir de inspiração para as pessoas;
- aumento da produtividade — uma pesquisa da Forbes mostra que a diversidade no ambiente de trabalho melhora a produtividade, trazendo resultados 60% melhores para as organizações.
Como ampliar a diversidade geracional nas empresas?
Depois de conhecer as vantagens da diversidade geracional, é necessário saber como tornar essa postura um compromisso real das empresas.
O primeiro passo é ter essa visão incorporada na cultura da organização e adotar ações de conscientização entre as equipes para que não haja resistência ou preconceito com essa postura.
Outro ponto é ampliar a participação de talentos de idades variadas nos processos de seleção. Assim, na divulgação das vagas, é importante que a empresa mostre que está aberta para contratar pessoas de faixas etárias diferentes.
Após anunciar a oportunidade, durante o recrutamento, a equipe de recursos humanos precisa ter um olhar que se volte não apenas para a qualificação e atualização profissional do currículo, mas também para a experiência e outras habilidades da pessoa.
Se for necessário, a dica é oferecer treinamentos após a contratação, especialmente para quem não está adaptado às novas tecnologias.
Com isso, a empresa demonstra que está engajada para que a inclusão aconteça de verdade, encorajando a pessoa a se desenvolver e mostrar seu potencial na companhia. É necessário ainda que ela se sinta acolhida pela direção e por toda a equipe.
Com a diversidade geracional, além de aumentar a produtividade e inovação, as empresas também melhoram sua imagem junto ao público. Desse modo, apesar de ainda ser um conceito novo, é fundamental que as organizações comecem a se adaptar com a pluralidade no que se refere ao seu capital humano.
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