Saúde mental em tempos de quarentena
É preciso investir em saúde mental para suportar os desafios do isolamento social sem desequilibrar. Liberdade de ir e vir cerceada, contatos físicos com parentes e amigos limitados, excesso de preocupações com economia, política, a própria saúde e a de familiares, e até mesmo a mudança brusca na rotina, com o acúmulo de funções que antes eram delegadas. Todos esses fatores geram desgaste mental e despertam sentimentos como medo, ansiedade, tristeza e incerteza.
O grande trunfo, no entanto, é que proatividade é uma fator importante na manutenção da saúde mental. Isso quer dizer que depende de cada um se movimentar em direção a uma vida de equilíbrio entre corpo e mente. Além disso, a forma como se lida com estresse e situações de adversidade também colabora. O primeiro passo, então, é descobrir que atitudes podem fazer com que o período da quarentena fique menos opressivo.
Autoconhecimento é fundamental para essa descoberta. Há pessoas que não se importam em ficar em casa, mas se sentem nervosas pela existência de um inimigo microscópico a ser combatido. Outras, lidam de forma mais tranquila com questões de saúde, porém, têm contas a pagar e um emprego que está sem vendas neste período.
Existe quem está no grupo de risco, quem é empreendedor, quem precisa conciliar trabalho em home office e rotina escolar dos filhos. Enfim, os desafios são grandes e cada um sabe onde sente mais intensamente.
Por isso, há atitudes que podem facilitar para uns, enquanto outros podem precisar de ajuda profissional. Veja alguns comportamentos que tendem a colaborar para que o isolamento social provocado pela Covid-19 se torne mais leve.
Fuja do excesso de informação
Obviamente, informação é aliada para tomar se decisões certas. No entanto, fugir do bombardeio de notícias e, mais ainda, filtrar as fontes das informações são atitudes extremamente recomendadas. A abundância de comunicação em tempo real – por vezes, vinda sabe-se lá de onde e com base em quê – é capaz de gerar ainda mais ansiedade. Saiba o que está acontecendo e de que formas pode se prevenir; porém, permita-se também desconectar da epidemia e pensar em outras coisas.
Crie uma rotina adequada
Coloque-se em uma posição ativa em relação às adversidades e não caia na armadilha da vitimização. Para isso, o ócio é um péssimo aliado. Crie uma rotina de atividades, pois manter a mente focada em atividades ajuda a minimizar angústias e inseguranças. Organize-se para realizar atividades manuais, exercícios intelectuais ou físicos.
Acordar pela manhã sem nenhuma ideia do que vai desempenhar ao longo do dia pode gerar ainda mais ansiedade e a sensação de falta de sentido para a vida. Por isso, é muito importante criar uma rotina, mesmo que bastante flexível, para que se encontre gratificação nas tarefas realizadas.
Faça exercícios físicos
Mesmo em casa, é possível realizar atividades físicas. Quem dispensar ajuda profissional, pode encontrar na internet diversas videoaulas de exercícios aeróbicos, sequências de abdominais, yoga, enfim, as possibilidades são inúmeras. Profissionais como fisioterapeutas e educadores físicos também estão se disponibilizando a acompanhar as atividades por meio de videoconferência, orientando a realização a distância.
Meditação pode ser aliada
Uma forma de aquietar a mente e acalmar o coração, a meditação ajuda a superar momentos de adversidade com tranquilidade. Existem várias formas de meditar – inclusive, há possibilidade de chamar as crianças para participarem desse momento. Quem é iniciante pode optar pelas meditações guiadas, começando com poucos minutos por dia.
Entre os benefícios, estão a diminuição da ansiedade e da insegurança e o relaxamento de corpo e mente.
Invista no cuidado ao próximo
Existem pessoas que precisam de toda a ajuda possível neste momento. Seja a população mais vulnerável, que necessita de doações de roupas, alimentos e até alojamento, seja pessoas que são grupo de risco e continuam tendo demandas de supermercado e itens essenciais.
Sempre que puder, invista no cuidado ao próximo, dentro de suas limitações: organize mutirões entre vizinhos para arrecadar roupas, alimentos e outros objetos; encontre grupos que distribuem alimentos; ou simplesmente colabore doando, comprando de empresários do bairro, oferecendo ajuda para aqueles que precisam se isolar mais do que outros.
Dedique-se a algo que dê prazer
Autocuidado é fundamental para o equilíbrio mental. Escolha tarefas que deem prazer e encaixe-as na sua rotina. Pode ser cozinhar, ler, desenhar, pintar e até mesmo dar uma caminhada pela rua (de máscara e evitando locais com aglomeração). Não só em tempos de isolamento social, dedicar-se a atividades que o fazem feliz, mesmo que poucos momentos por dia, sempre gera um resultado positivo.
Mantenha-se em contato
Enquanto estar próximo fisicamente é um risco a sua saúde e a de familiares, existem tecnologias que são capazes de aproximar virtualmente pessoas de qualquer parte do mundo. Faça chamadas de vídeo, converse, relembre bons momentos e faça planos em conjunto para quando a quarentena terminar.
Procure ajuda
Se acredita que a ansiedade e a tristeza estão muito presentes em seu cotidiano, não espere mais e procure ajuda. Existem psicólogos se adaptando aos tempos atuais e oferecendo terapia online. Também há grupos que fazem tratamentos virtuais sem custo para quem não pode pagar. O importante é recorrer a quem realmente pode fazer a diferença.