Saiba o que é e como driblar a síndrome do impostor

A rotina no estágio ou no emprego pode ser marcada por dificuldades, aborrecimentos e desafios, levando muita gente a questionar se é isso mesmo o que quer fazer. Se alguma vez você já passou por isso, saiba que é algo normal. O grande problema é você ficar na dúvida se o cargo é para você, pois fica inseguro quanto à sua capacidade profissional.

Estamos falando da síndrome do impostor, um quadro que pode afetar muitas pessoas, trazer medo e tensão no trabalho, mesmo quando o profissional é reconhecido pelo seu talento. Isso acontece porque ele se enxerga como uma fraude, ou seja, acredita que não tem potencial e que isso será descoberto pela empresa.

Entenda a seguir o que é a síndrome do impostor, por que ela pode ser perigosa para sua evolução de carreira e dicas de como deixar de se autossabotar no trabalho para ter sucesso em 2023. Confira!

O que é síndrome do impostor?

Sabe aquela pessoa que é bem-sucedida na área que escolheu, mas que, mesmo assim, se sente perturbado com esse contexto? Ela tem a sensação de estar ocupando uma posição que não merece, o que gera uma insegurança constante.

Quem está de fora fica surpreso com esse contexto, não é? Mas o profissional que descrevemos acima pode sofrer da síndrome do impostor. Dessa forma, acha que conquistou o emprego que tem por sorte, por seu carisma ou por ter bons contatos, por exemplo, e nunca pelo próprio mérito.

Como a expressão indica, a pessoa acredita que é uma impostora, ou seja, uma fraude, e tem medo de que os outros percebam isso. Também chamado de fenômeno do impostor, essa condição foi descrita pelas psicólogas norte-americanas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes no final da década de 1970.

Tudo é resultado de falta de autoconfiança e de autoestima, pois o profissional não percebe que tem talento e que foi graças ao próprio esforço e conhecimento que chegou aonde está. Assim, sempre busca outros motivos para justificar a posição que ocupa.

Por que ela pode atrapalhar seu sucesso profissional?

Bom, acho que não precisamos explicar como é ruim trabalhar se sentido atormentado, certo? Esse estado de angústia afeta a produtividade, desempenho e, é claro, a saúde mental. Por isso, aos poucos, vai comprometendo a carreira e a vida pessoal.

Além disso, a autossabotagem no trabalho pode fazer com que o profissional tenha algumas atitudes, como:

  • procrastinação — com medo de errar e deixar claro para a equipe que não tem mérito de estar naquela posição, muita gente procrastina, adiando projetos e outras atividades;
  • trabalhos inacabados — o profissional deixa de finalizar suas tarefas para que ninguém perceba seus erros;
  • trabalhar demais — a autossabotagem pode vir com uma atitude totalmente diferente das citadas anteriormente: o profissional tem a postura de workaholic e, assim, trabalha em excesso para evitar qualquer desconfiança de sua capacidade e merecimento de estar naquele emprego. Junto a isso tem o fato de poder ser perfeccionista em tudo o que executa, o que pode gerar estresse e ansiedade;
  • inflexibilidade — o indivíduo deixa de aceitar novos projetos, responsabilidades e outros desafios com medo do fracasso e de ser desmascarado pelos demais;
  • medo de receber feedbacks — o profissional fica inseguro na hora de receber os feedbacks, porque acredita que os apontamentos sempre serão negativos;
  • vergonha de mostrar o que pensa — mesmo com boas ideias, a pessoa que se autossabota fica quieta em uma reunião de trabalho com receio de falar bobagens e ser considerada uma incompetente.

Falamos de situações que ocorrem no ambiente do trabalho, mas é importante ressaltar que a síndrome do impostor pode afetar não apenas quem está fazendo um estágio ou tem um emprego: pode atingir aqueles que ainda estão buscando uma oportunidade.

Nesse caso, a pessoa pode se autossabotar, deixando de se inscrever em um processo seletivo, porque não se considera adequada para a empresa e função, mesmo que ela tenha todos os requisitos para a vaga.

Como deixar de se autossabotar no trabalho?

Vamos aproveitar 2023 para dar um basta na autossabotagem no trabalho? Então, se você fica com receio de que não tem a qualificação necessária ou que não é bom o bastante para o cargo que ocupa ou quer ocupar, é preciso driblar essa situação.

Veja abaixo dicas valiosas para dar um basta na síndrome do impostor e fazer sua carreira decolar no novo ano!

Coloque para fora os seus sentimentos

Se você está angustiado e colocando em dúvida seu mérito profissional, busque pessoas próximas para conversar. Você pode expor seus medos e preocupações e receber conselhos e um ombro amigo para lidar melhor com toda a tensão.

Talvez o que você pensa ser um grande problema, pode ser algo simples de resolver. Refletir sobre o que está acontecendo pode te ajudar a compreender melhor como sair dessa situação.

Tenha em mente toda a sua trajetória profissional

Além de desabafar com alguém, pare e pense em todas as suas conquistas até o momento. Com isso, você pode ter o foco nas suas potencialidades e relembrar os reconhecimentos que já teve.

O autoconhecimento é bom nesse momento, afinal, você reconhecerá seus pontos fortes e entenderá como foram construídos — esse é o momento de você se aproximar das suas qualidades.

Nós valorizamos aquilo que conhecemos, logo, precisamos nos reconhecer, valorizar nossa história e todo o percurso por trás de nossas conquistas. Portanto, questione-se:

  • Quais são minhas maiores habilidades?
  • Quais são os maiores elogios que recebo?
  • Onde sou mais solicitado para auxiliar?

Essas simples perguntas o ajudarão a enxergar suas capacidades e perceber que é merecedor da posição profissional que ocupa.

Não se compare aos colegas

Um dos efeitos dessa síndrome é a recorrente comparação com as outras pessoas. Porém, cada profissional tem qualificações, personalidades, histórias de vida e pontos fortes diferentes e é isso o que traz valor a uma equipe.

Só porque uma pessoa sabe fazer algo diferente de você, não significa que sua trajetória é pior que a dela. Por isso, esqueça a ideia de se comparar com os outros para não correr o risco de se sentir inferiorizado.

Coloque a educação continuada em seu plano de carreira

Se está sempre duvidando do seu potencial, coloque a educação continuada em seu plano de carreira. Você passa a ter o hábito de estudar, melhora sua autoconfiança e vai, aos poucos, deixando a síndrome do impostor no passado.

Com uma qualificação constante, você está sempre aprendendo coisas novas e não sentirá que está “ficando para trás”.

– Leia também: Que tal aproveitar o novo ano para elaborar seu plano de carreira?

Aprenda com os erros

Claro que nem tudo na vida é perfeito. Faz parte da nossa natureza social errar. O que não podemos é nos limitar aos nossos erros e acharmos que somos incapazes — essa é uma característica comum da síndrome do impostor.

Uma maneira inteligente de lidar com os erros é aprender com eles. Portanto, da próxima vez que cometer um engano ou receber um feedback negativo, será hora de sentar, analisar e descobrir como melhorar, para não cometê-los no futuro. Se precisar, converse com alguém confiável sobre o assunto — uma opinião externa pode ser muito favorável.

Busque ajuda

Se você leu este texto e identificou que uma ou várias destas situações estão presentes na sua vida, você provavelmente está sofrendo da síndrome do impostor.

E, se mesmo depois de mudar de atitude e seguir as dicas, você continua se sentindo um impostor no trabalho, não perca tempo e procure ajuda psicoterápica. Um profissional de saúde mental vai ajudá-lo a entender os fatores que estão fazendo você se autossabotar, as origens deste comportamento e as maneiras de contornar este cenário.

A virada de ano é uma boa oportunidade para você refletir sobre suas potencialidades e entender que é capaz de conquistar tudo o que sonha. Então, tenha sempre em mente tudo o que você já trilhou na sua caminhada profissional e não deixe a síndrome do impostor ser um empecilho para sua carreira!

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Referência:
Fenômeno do Impostor e Perfeccionismo: Avaliando o Papel Mediador da Autoestima

Conteúdo produzido pela Symplicity Brasil e PUC Carreiras