Liberdade para trabalhar na gig economy: o que isso significa?

A relação que o profissional tem com a carreira tende a mudar de acordo com o perfil de cada geração: enquanto para os nossos pais ou avós o sucesso era permanecer anos e anos na mesma empresa (pública ou privada), hoje você tem a liberdade para trabalhar, especialmente com a gig economy, uma tendência na era digital.

Dessa maneira, as portas se abrem para quem deseja ser freelancer ou autônomo, seja para ter uma renda extra, seja para fazer uma carreira em uma área específica.

Como tudo isso pode parecer confuso para quem está dando os primeiros passos na vida profissional, vamos explicar o que é gig economy, sua relação com a liberdade para trabalhar e ainda como se adaptar a essa tendência. Continue a leitura e saiba mais!

O que é gig economy?

A gig economy, termo que não tem uma tradução para a nossa língua, é um modelo de trabalho que aproveita as facilidades da era digital, principalmente para a prestação de serviços, sejam eles temporários ou de curta duração.

Um exemplo dessa tendência que todos conhecem é o Uber, em que o trabalho é feito via plataformas digitais (aplicativos) sob demanda e o pagamento ocorre por serviço realizado. Aliás, é comum se referir à gig economy como “uberização do trabalho”.

Mas seria restringir demais o conceito ao mencionar apenas o Uber, iFood ou Airbnb. Isso porque significa uma flexibilização nas relações de trabalho, abrindo espaço para que profissionais de diferentes áreas possam trabalhar remotamente como freelancers ou autônomos.

São pessoas que tomam as rédeas da sua trajetória profissional e podem oferecer seus serviços no Brasil e no mundo, como redatores, revisores, tradutores, social medias, designers, arquitetos, programadores, desenvolvedores de softwares e apps ou consultores dos mais diversos segmentos.

Mas é preciso ter clareza que o conceito de gig economy não está sempre relacionado ao sonho de carreira, pelo contrário: acaba sendo a alternativa encontrada por muitas pessoas que não conseguem uma colocação no mercado de trabalho ou que precisam de uma renda extra.

Qual a relação entre essa tendência e a liberdade para trabalhar?

A gig economy pode ser o cenário ideal para pessoas que buscam liberdade para trabalhar de onde quiserem e na hora que quiserem. Por exemplo: um jornalista pode ser um redator freelancer e, ao mesmo tempo em que trabalha, pode viajar para vários lugares, sendo um nômade digital.

Com isso, ele não fica ligado a uma empresa com horários e atividades para cumprir. Pode, portanto, trabalhar com flexibilidade e não precisa se reportar a nenhum superior.

Aqui entra um outro conceito, o de anywhere office, ou seja, a pessoa trabalha de onde quiser, seja sua casa, espaço de coworking, café, lanchonete, biblioteca ou hotel. Basta ter um dispositivo digital, como um notebook, conectado.

E quando a gente fala que a gig economy está relacionada à era digital é porque tudo isso é possível com os avanços na Internet, a facilidade de salvar e compartilhar arquivos na nuvem e de realizar reuniões online com os clientes como se estivessem em uma mesa de escritório.

Como se adaptar às oportunidades da gig economy?

Se combina com o seu perfil ter essa liberdade para trabalhar, é importante saber como se adaptar a esse modelo de trabalho flexível para ter sucesso profissional. Confira as dicas a seguir!

Seja disciplinado

Como comentamos, é uma forma de trabalho sob demanda, ou seja, você vai receber por produção. Então, diferentemente de quando é contratado por uma empresa com o registro em carteira e o recebimento mensal do salário, é preciso ser disciplinado para prospectar clientes, cumprir prazos e vencer a procrastinação.

Tenha em mente que você não terá um chefe dizendo o que fazer ou colegas de escritório para se espelhar. Logo, ao atuar como freelancer, por exemplo, é preciso ter responsabilidade com os serviços que surgirem, se dedicar para cada um deles para receber seu pagamento corretamente.

Busque uma formalização

Se você pesquisar sobre a gig economy, especialmente nos trabalhos realizados por aplicativo, uma grande crítica é a falta de regulamentação voltada para os profissionais.

Então, se você tem interesse em ser freelancer ou autônomo, a primeira dica é se formalizar, tornando-se pessoa jurídica (PJ).

Para quem está começando, a dica é se tornar microempreendedor individual (MEI), que tem um custo baixo por mês – cerca de R$ 70 de contribuição inicial – e permite a emissão de nota fiscal. Sem contar que você passa a contribuir para a previdência. Depois, se o seu faturamento aumentar e ultrapassar o limite anual do MEI, pode se tornar uma microempresa.

Apesar de parecer apenas burocracia, ao se formalizar você passa a ter direitos previdenciários e também melhora sua imagem profissional, pois consegue emitir notas fiscais. Muitas empresas só podem contratar serviços mediante a entrega de nota fiscal, então, quando você vira pessoa jurídica, tem mais chances de conseguir serviços.

Especialize-se em uma área

Muitas pessoas podem optar pela atuação freelancer apenas para começar a carreira ou para ter uma renda extra, mas, caso você tenha o propósito de ter sempre essa liberdade para trabalhar, é importante se destacar.

Para isso, é necessário se especializar em um determinado nicho, ou seja, estudar bastante, para que você possa entregar um serviço de qualidade e se tornar referência no mercado.

A escolha por esse modelo de trabalho não significa que seus resultados são de baixa qualidade, produzidos de maneira informal – muito pelo contrário. Portanto, se tornar especialista em alguma área vai agregar valor e melhorar sua imagem perante aos clientes.

Faça networking

Por fim, seja para conseguir um emprego CLT ou ter sua empresa, seja para ser freelancer ou autônomo, um dos segredos para o crescimento profissional é criar uma rede de contatos.

Então, tenha um perfil no LinkedIn e seja ativo na rede, faça amizades nos cursos e participe de eventos da sua área. Assim, você pode conhecer pessoas da sua área que podem indicar seus serviços para clientes.

E esse networking pode acontecer mesmo fora de ambientes considerados profissionais. Saber falar bem do seu trabalho e se apresentar pode te dar uma grande vantagem. Um conceito interessante para conhecer e estudar um pouco mais é o pitch pessoal. Temos um conteúdo específico sobre ele aqui em nosso blog.

Como você viu, os avanços na tecnologia trouxeram uma nova relação de trabalho, mas é preciso planejamento, disciplina e responsabilidade para que essa liberdade para construir sua carreira seja algo sólido e ascendente.

Você conhecia o conceito de gig economy? Quer saber sobre outras tendências que possam influenciar sua carreira? Siga a nossa página no Instagram e acompanhe nossas publicações!

Referência:
Gig Economy e o Trabalho de Plataformas no Brasil

Conteúdo produzido pela Symplicity Brasil e PUC Carreiras